Segundo Trench e Santos (2005), “na vida das mulheres existem marcos concretos e definitivos que sinalizam a diferentes fases ou passagens de suas vidas.”
E a menopausa com certeza é um desses marcos. Sabemos que a realidade feminina se modifica bastante com a chegada da menopausa e com os aspectos relacionados à saúde que envolve esse momento.
Por definição, a menopausa corresponde a interrupção permanente da menstruação após 12 meses consecutivos. Já o climatério, corresponde ao período de vida da mulher compreendido entre o final da fase reprodutiva e início da senilidade, em geral, variando dos 40 aos 65 anos.
Nesse período observamos uma diminuição da fertilidade e, progressivamente, declínio da produção dos hormônios ovarianos (especialmente o estradiol) o que determina um desequilíbrio hormonal e consequente aparecimento de diversos sinais e sintomas.
Trata-se de um processo de transição que requer atenção, cuidados, acompanhamento e medidas preventivas visando sempre o bem-estar e a qualidade de vida das pacientes.
É nesse contexto que em geral pensamos e refletimos sobre nossas perspectivas de envelhecimento saudável, principalmente no que diz respeito à alimentação, atividade física e espiritualidade.
Dentre as principais queixas relatados pelas pacientes neste período de transição temos irregularidade menstrual (até que chegue a menopausa), ondas de calor (fogachos), sudorese, calafrios, palpitações, dor de cabeça tontura, insônia, perda de memória, fadiga, diminuição da autoestima, irritabilidade, mudanças de humor rápidas, sintomas depressivos, dificuldade de concentração, dificuldades sexuais, ressecamento vaginal, sangramento ou dor após a relação sexual, sintomas uretrais como dor ao urinar e aumento da frequência urinária.
Com o avançar da idade, a pele perde a elasticidade, os músculos enfraquecem, a gordura debaixo da pele dissolve-se e o tecido perde o apoio, permitindo o aparecimento das rugas.
Devido às alterações metabólicas, há tendência de aumento de gordura na região abdominal, aumento do colesterol ruim (LDL) e diminuição do bom (HDL) e piora do risco cardiovascular, além da instalação progressiva de osteopenia e osteoporose.
Geralmente é no climatério que as mulheres mais sensibilizadas e sintomáticas nos procuram para avaliação e para tratamento. Em geral, quando pensamos em climatério ou menopausa o tratamento que nos vem à mente é a Terapia de Reposição Hormonal.
Conforme estudos prospectivos e randomizados, existe um período seguro para início da TRH cujos benefícios superam os riscos. Vale lembrar que como qualquer medicação, a hormonioterapia tem seus riscos, indicações e contra-indicações, logo, necessita de uma avaliação individualizada e precisa de cada paciente.
A decisão de manter, suspender ou mesmo tentar definir a duração do tratamento com a reposição hormonal ainda é um desafio para a medicina, por isso devemos contar com muito estudo e bom senso de quem a prescreve.
Vale um alerta: mulheres acima de 60 anos de idade não devem iniciar a TRH pois os riscos são superiores aos benefícios. E, tão importante quanto a hormonioterapia é o cuidado com a alimentação, a realização de atividade física e o cuidado mental.
O tratamento, como vemos, é uma somatória de fatores que se interligam e se complementam sendo todos de igual importância para um resultado satisfatório.
O uso de hormônios é apenas um “algo a mais” na mudança de estilo de vida e ressignificação que muitas vezes nossas pacientes terão que passar para viver com qualidade.
Dra. Mariana F. Lima
CRM 7867
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