Aos 90 anos, médico mais idoso da capital dá lição de amor à medicina

No auge dos seus 90 anos de idade, Roberto Alberto Nachif atua em sua clínica na Rua Euclides da Cunha. Com especialidades em Gastroenterologia e Proctologia, Dr. Roberto tem energia e determinação de um jovem médico, fazendo vários atendimento ao dia.

Formado pela, então, Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, posteriormente federalizada, situa-se em Uberaba, Minas Gerais, com mais de 60 anos dedicados à profissão, ele atende seus pacientes e ainda sobra tempo para atender pacientes de outros colegas que são enviados a sua clínica.

“Estou perfeitamente lúcido e sadio, graças a Deus! As cirurgias de câncer de intestino não estou fazendo mais, em virtude de ter operado de catarata, durante a noite eu tenho dificuldades com claridade, por esse motivo prefiro não fazer cirurgias maiores, faço aquelas mais simples que logo pela manhã já pode dar alta para o paciente”, disse o médico.

Durante a conversa notamos que o doutor tem um currículo bem grande, além de médico, Roberto já foi professor, deu aulas de medicina por muitos anos na UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul).

Perguntado sobre os momentos marcantes de sua carreira, ele disse que procura atender bem seus pacientes e com isso consegue deixar marcas nas vidas das pessoas. “Acabando de consultar uma senhora, já bem idosa, ela me pediu pra me dar um beijo, um gesto de carinho. Uma outra vez um rapaz trouxe sua mãe para uma consulta, analisando os exames cheguei ao seguinte diagnostico: ela tinha irritação de colo, receitei uns medicamentos, fiquei surpreso com a alegria do filho, foi quando ele me indagou: minha mãe não tem câncer? Eles vinham de uma outra clínica, onde o diagnóstico era câncer, mas eu descobri que não era, foi uma felicidade só”, declarou.

Roberto tem um casal de filhos e três netos, nenhum deles seguiu a profissão do pai. Quando falamos em experiência ele disse que se considera experiente, não por causa dos anos vividos na medicina, mas por que estuda muito.

“Vou trabalhar até o dia da minha morte (brincou), sempre em tom de brincadeira eu falo: se eu estiver no caixão e alguém precisar de uma consulta, acho que vou levantar dar o atendimento. Amo essa profissão, adoro gente, tenho prazer em ser útil, sou muito compromissado”, completou.

Ele disse que a aposentadoria é o começo de uma nova fase da vida profissional, é um período mais maduro. “Você não se interessa em muita coisa, apenas está mais preocupado em exercer a profissão em sua essência, se você se aposenta e não trabalha você perde todo o interesse das coisas que virão futuramente em sua vida. O indivíduo aposentado que não faz nada é velho, aquele que faz suas atividades se torna idoso, eu me considero um idoso”, finalizou.

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